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Cine Humberto Mauro viaja pela história das marionetes e do stop motion na mostra gratuita ‘Bonecos na Tela’

Mostra Bonecos na Tela

Mostra Bonecos na Tela

Integrando a ‘Ocupação Giramundo’, programação reúne quase 40 filmes, de clássicos como ‘King Kong’ a obras de Jan Švankmajer, e conta com apoio do Consulado Tcheco.

O Cine Humberto Mauro, localizado no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, iniciou nesta semana a mostra “Bonecos na Tela”, uma retrospectiva inédita dedicada à presença de figuras animadas e marionetes na história do cinema. A programação, que segue até o dia 21 de dezembro (domingo), funciona como um braço audiovisual da “Ocupação Giramundo”, celebrando os 55 anos do tradicional grupo mineiro de teatro de bonecos. A entrada é gratuita para todas as sessões.

A curadoria propõe expandir o conceito tradicional de cinema de animação, investigando como objetos inanimados ganham vida na sétima arte. A seleção abrange desde os primórdios do cinema até produções contemporâneas, destacando a técnica de stop motion. O evento é realizado em parceria com o programa CzechArte, do Consulado Geral da República Tcheca em São Paulo, o que garante uma forte presença de obras do leste europeu, região referência mundial na técnica.

Destaques da Programação: Do Terror ao Infantil

A grade de exibição contempla quase 40 títulos, divididos entre curtas e longas-metragens. O público poderá conferir desde clássicos absolutos como “King Kong” (1933) e “Jasão e os Argonautas” (1963), até sucessos da cultura pop como “Gremlins” (1984), “O Estranho Mundo de Jack” (1993) e a produção brasileira “Castelo Rá-Tim-Bum: O Filme” (1999).

Um dos diferenciais da mostra é a inclusão de obras de diretores autorais, como Wes Anderson, Spike Jonze e o mestre surrealista tcheco Jan Švankmajer. Há também espaço para o terror na tradicional “Sessão da Meia-Noite”, que exibirá o clássico cult “Bonecas Macabras” (1987), dirigido por Stuart Gordon.

Vitor Miranda, gerente de Cinema da Fundação Clóvis Salgado e um dos curadores, ressalta a relevância filosófica da seleção:

“Com o avanço vertiginoso das técnicas que parecem se autonomizar, como as IAs, ‘Bonecos na Tela’ relembra que o poder de imaginar a vida em objetos inanimados é humano e nos significa como criadores de realidades. Isso, desde os primórdios, foi e continua sendo um princípio cinematográfico.”

Atividades Formativas e Debates

Além das exibições, a mostra promove reflexão teórica. Nesta sexta-feira (12), às 19h30, o pesquisador Sávio Leite apresenta a palestra “A Evolução das Marionetes na História do Cinema”. Ele usará como base o curta “O Dragãozinho Manso: Jonjoca” (1942), de Humberto Mauro, considerada a primeira produção brasileira a dar vida a um boneco na tela.

No sábado (13), às 17h, ocorre a mesa-redonda “O Cinema de Animação Artesanal do Giramundo”, com a presença dos diretores do grupo, Marcos Malafaia e Ulisses Tavares. O debate abordará as fronteiras híbridas entre teatro e cinema.

“Tratando dos fundamentos do nosso processo criativo, a mostra e o Grupo Giramundo avançam para novas fronteiras, em que o teatro de bonecos e o cinema de animação se fundem em formas inovadoras”, explica Malafaia.

Encerrando as atividades especiais, o projeto Cinema e Psicanálise discute o filme “Quero Ser John Malkovich” (1999) na sexta-feira (19), com comentários da psicanalista Carla Capanema.

A mostra é uma realização do Ministério da Cultura, Governo de Minas Gerais e Fundação Clóvis Salgado, com correalização da APPA – Cultura & Patrimônio. O Palácio das Artes integra o Circuito Liberdade.


Serviço: Mostra “Bonecos na Tela”

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