[ENTREVISTA] Gilsons: do primeiro EP ao álbum “Pra gente acordar”

[ENTREVISTA] Gilsons: do primeiro EP ao álbum “Pra gente acordar”

Os Gilsons, trio formado por João, José e Francisco, que vem conquistando o público com sua sonoridade única que mescla elementos da MPB com influências como R&B e intrumentos como tambores afro-baianos e violão de nylon, nos concedeu uma entrevista exclusiva.

Desde o lançamento de seu primeiro EP, a banda tem se destacado no cenário musical brasileiro, realizando shows por todo o país e conquistando prêmios importantes. Nesta conversa, os rapazes contam o processo criativo do álbum ‘Pra Gente Acordar’, falam sobre suas principais influências e contam como é o trabalho em grupo. Confira abaixo o vídeo e texto.

@banto.cc Os @gilsons, trio formado por João, José e Franciso, vem conquistando o público com sua sonoridade única que mescla elementos da MPB com influências como R&B e intrumentos como tambores afro-baianos e violão de nylon, nos concedeu uma entrevista exclusiva. Desde o lançamento de seu primeiro EP, a banda tem se destacado no cenário musical brasileiro, realizando shows por todo o país e conquistando prêmios importantes. Nesta conversa, os rapazes contam o processo criativo do álbum ‘Pra Gente Acordar’, falam sobre suas principais influências e contam como é o trabalho em grupo. Confira abaixo. Entrevista: @afamosadevonne Captação de vídeo: @henriqueribes Ediçao: @gutom_arte #entrevista #gilsons #pragenteacordar ♬ som original – Banto – Casa Criativa

[Gustavo] Boa noite, muito obrigado por ter sido da gente. Meninos, a gente tem três perguntas sobre o processo e o trabalho de vocês dos últimos anos. E eu quero primeiro perguntar sobre o processo que é ativo do álbum.

Quais foram as principais influências que vocês trouxeram para o álbum a gente acordar?

[João] Acho que a gente, na verdade, não mirou no norte de influências específicas, eu acho. Quando a gente começou a fazer, nosso processo, pelo menos, ele funcionou no lugar de a gente selecionar as músicas que a gente achou que eram as canções mais fortes que a gente tinha entre nós três. E, a partir disso, a gente foi produzindo música por música, meio que pedindo o que a música chamava, sabe?

Quando a música era uma coisa mais lenta, mais balada, a gente, ah, essa pode ser uma coisa mais tranquila, ou ah, essa pode ter uma onda mais R&B, ou ah, essa pode ter uma coisa mais gueixa. Eu acho que cada música, ela pede uma batida, um estilo. A partir disso, a gente vai produzindo.

O José, geralmente, no comando, ele que é o nosso produtor, né?

[José] O que rola, dentro disso que o João falou, os elementos em comum, dentro desse universo todo de variedades. Que ali tá ali, o violão de nylon, que é uma das características do som, da nossa identidade. Os tambores afro-baianos sempre, independente do gênero, que ali tem uma música que tem um R&B mais forte como o Só, Proposta, ou tem coisas mais lentas como Beijo, como Bela.

Mas tudo ali no universo dos tambores afro-baianos, de toques, de claves, com uma linguagem. Então, acho que, talvez, a principal influência seja desse lugar, dessa interseção que a gente costuma dizer de nós três, que é essa influência com o som da Bahia, da nossa vivência juntos lá. Muitos verões, muita vivência, muita influência, vendo muita coisa, dos blocos afros, etc.

[Gustavo] E nesse ritmo, nesse embalo de fazer misturas de várias influências, como que vocês encontraram esse balanço, essa mistura de estilos com um pouco desse clássico do MPB? Vocês se reconhecem com essa nova melhoração do MPB no Brasil? Como fica isso pra vocês?

[José] Acho que essa classificação é atribuída a nós, e a gente não nega ela. Não parte de nós, nunca que Gilson chegou e falou que somos uma nova MPB, ou somos, queremos… Então, isso é uma coisa que a gente acaba recebendo, da crítica de quem ouve nossa música, de quem tem uma atenção em relação à nossa música, que acabou nos classificando dessa forma, pra gente é uma honra.

Acaba sendo uma honra ser colocada como uma influência de uma música popular brasileira, que é uma música popular brasileira, na verdade, tão diversa, dentro dessa MPB. A MPB, na sigla, passou a ser um subgênero do que é a música popular brasileira também, que engloba tanta coisa.

[João] Eu falei isso numa entrevista recente, a própria classificação de MPB já é meio falha nesse lugar. O que é muito diferente do samba, ou do próprio hip-hop, ou de uma coisa que tem,  uma batida específica, funk. o MPB é um modo extra diferenciado.

[José] O que é a sigla MPB, o que ela diz, que é uma coisa que bebe um pouco mais do que a bossa nova, que bebe um pouco mais da coisa jazzística, com violão nylon. Mas é isso, música popular brasileira, muita gente fala sobre isso e a gente defende essa ideia de que música popular brasileira, hoje, na verdade, é tudo que é popular, que cai no gosto do nosso público, tão diverso.

[Gustavo] Gosto muito dessa batida que vocês têm, a Mahmundi também traz um pouco disso, esse som. 

[João] A gente adora ela. Maravilhosa.

[Gustavo] Bom, e pra gente finalizar, como vocês enxergam essa trajetória do trio, desde o primeiro EP, até agora esse lançamento do álbum, e também esse encerramento com a turnê? Como que é pra vocês? E eu também vi que vocês vão lançar uma música em breve, não pode falar quem, mas vocês poderiam falar, talvez, alguma coisa?

[Francisco] Ah, sim, essa do Instagram, inclusive, é outra. Essa é uma outra. Então, sobre a nossa trajetória, eu acho que ela reflete muito do que é esse encontro, do que é o que a gente vive diariamente com a nossa convivência.

É tudo muito natural, se dá de uma maneira natural. O encontro aconteceu dessa forma, foi assim que a estrada foi acontecendo, a gente conhecendo, tendo a possibilidade de ir se conhecendo também, experimentando, e a gente teve muita sorte de este espaço ter sido algo que a caminhada conseguiu preservar, sabe? A gente em nenhum momento precisou fazer algo que não fosse genuíno pra gente, natural, de como a gente faz músicas, de como a gente faz as coisas.

Então a gente foi seguindo e tendo essa proteção, esse conforto que a estrada foi dando, as pessoas escutando, os shows amadurecendo, o pessoal indo. Então a gente fica muito feliz de poder ter esse privilégio mesmo de fazer a nossa música de uma maneira realmente livre.

[Gustavo] Porque a arte tem esse lugar também de você ter uma confluência, mas tem uma particularidade em como cada um traz essa vivência, esse olhar sobre o mundo. E isso é gostoso quando tem uma mescla que também dá um match bacana. E eu fico muito contente de ver o trabalho e a trajetória de vocês, ver como esse som, ele repercute em tantas pessoas.

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