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Exposição Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira, CCBB BH mergulha na ancestralidade

Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira reúne mais de 150 obras, sendo 39 delas produzidas por (oito) artistas mineiros como Gustavo Nazareno, Josi, Massuelen Cristina, Marcel Diogo, Marcus Deusdedit, Priscila Rezende, William Lima (Will) e a homenageada Maria Auxiliadora; mostra pode ser conferida até 05 de agosto deste ano

Belo Horizonte, junho de 2024 – Ao longo de séculos é a visão do branco que, repetida incansavelmente, costuma figurar nos livros, nas salas de aula e nas exposições. Um outro lado da história começa a ser contado na mostra Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira, no Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte. Das mais de 150 obras apresentadas, 39 são de (oito) artistas mineiros.

O acervo é composto por pinturas, fotografias, esculturas, instalações, vídeos e documentos, abordando uma variedade de temáticas, técnicas e descritivos. Depois do sucesso na temporada de São Paulo, com mais de 100 mil visitantes, a mostra, patrocinada pelo Banco do Brasil e BB Asset Management e produzida pela Tatu Cultural, chega a Belo Horizonte ainda mais completa. A começar pela presença de mais uma artista mineira entre os 62 selecionados pela curadoria. Massuelen Cristina se junta a Gustavo Nazareno, Josi, Marcel Diogo, Marcus Deusdedit, Priscila Rezende, William Lima (Will) e Maria Auxiliadora – principal representante de um dos cinco eixos da exposição.

Outra novidade da montagem de Encruzilhadas em Belo Horizonte é a inclusão de dois trabalhos originais de Rubem Valentim, pertencentes ao acervo do Museu Afro Brasil, e a reunião de três trabalhos de Arthur Timótheo da Costa, sendo dois deles procedentes do Museu Afro Brasil e um da Pinacoteca de São Paulo. Já no pátio do CCBB, obras emblemáticas provocam a atenção do público: “Bandeira Mulamba” (2019), do artista Mulambö, e um trabalho inédito de Massuelen Cristina, composto por fotos e faixas com grafismos.

“Excetuando os destaques do pátio central, a totalidade da mostra ocupa um mesmo andar, em percurso contínuo, permitindo uma compreensão mais fluida do pensamento curatorial”, explica Deri Andrade, curador da exposição. “O acervo e sua organização propõem um diálogo transversal e abrangente da produção da arte afro-brasileira de todos os cantos”, explica.

Pesquisador e jornalista, Deri ocupa a posição de curador assistente no Instituto Inhotim e criou a plataforma Projeto Afro (projetoafro.com) de mapeamento e difusão de artistas negros da cultura afro-brasileira. Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira é um desdobramento do Projeto Afro, em desenvolvimento desde 2016 e lançado em 2020, que hoje reúne cerca de 300 artistas catalogados. São nomes que abarcam um vasto período da produção artística no Brasil, do século 19 até os contemporâneos nascidos nos anos 2000. “A exposição oferece outras referências e um novo olhar da arte nacional aos visitantes”, afirma o curador. “A história da arte do Brasil apaga a presença negra e o artista negro do seu referencial”, completa.

“Ser artista acho que já é difícil, ser artista negro no Brasil é ainda um pouco mais complicado”, afirmou Sidney Amaral (São Paulo, SP, 1973/2017), em 2016, ao ser entrevistado pelo projeto AfroTranscendence. Desde então, esse pensamento do artista acompanha Deri, que dedica parte de seu tempo a conhecer e investigar a produção artística de autoria negra no Brasil.

Exposição: Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira

Período: de 25 de maio de 2024 a 05 de agosto de 2024 Funcionamento: de quarta a segunda, das 10h às 22h (fecha às terças)
Local: Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte – Pátio e Galerias do 3º Andar
Endereço: Praça da Liberdade, 450 – Funcionários, Belo Horizonte – MG
Entrada gratuita, mediante retirada de ingresso no site ccbb.com.br/bh e na bilheteria do CCBB Belo Horizonte
Classificação indicativa: Livre

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