Foi à beira do fogão, junto à sua família, que Paulo recebeu os artistas residentes e a equipe desta edição em seu ateliê Casa de Mãe, no Palmital, periferia na cidade de Santa Luzia. O dia foi marcado pelo reencontro do artista com a Bolsa Pampulha quase 20 anos depois – ele participou do programa de residência em 2005.
Água quente no feijão e histórias confluíram no Diálogos MAP (Museu de Arte da Pampulha) com Paulo Nazareth na última terça-feira, 2 de julho. Foi à beira do fogão, junto à sua família, que Paulo recebeu os artistas residentes e a equipe desta edição em seu ateliê Casa de Mãe, no Palmital, periferia na cidade de Santa Luzia. O dia foi marcado pelo reencontro do artista com a Bolsa Pampulha quase 20 anos depois – ele participou do programa de residência em 2005.
Sustância na mesa de toda família brasileira é sinônimo de feijão! “O pensamento passa pela barriga”, refletiu o artista que é referência na arte contemporânea brasileira enquanto colocava água no caldo de feijão batido. Ele propôs aos artistas residentes um dia com mesa e pensamentos fartos com feijão, café, carambolas colhidas no quintal para nutrir e ampliar o pensamento sobre sua trajetória e sobre arte.
Os bolsistas tiveram a oportunidade de ouvir de Paulo sobre seu processo criativo, compreendendo como o artista reconfigurou a performance, uma vez que suas obras se misturam com ele próprio. Com percussão no Brasil e no exterior, Paulo Nazareth diz que faz “arte de conduta”, e não performance. Muitas de suas propostas passam por experiências de vida ligadas a uma profunda reflexão sócio-política e racial. Ele é conhecido pelas andanças que fez pelo território latino-americano, questionando os processos de ocupação e as violências às quais os povos foram submetidos.
Paulo finalizou seu diálogo com a história do Palmital, fundado em 1984. O conjunto Palmital, antiga fazenda da família Mello Azevedo, foi construída pelo Governo de Minas Gerais através da Companhia Metropolitana de Habitação de Minas Gerais (COHAB-MG).
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